Thursday, June 09, 2016

Última publicação: 2008. Será que ainda consigo fazer isso?

Para você que lia o Diário há 8 anos atrás, permita-me apresentar-me novamente: hoje, a janta é sopa!

Talvez ter a incerteza como substantivo cotidiano seja a característica das minhas linhas. Linhas essas, quase sempre tortas, que direcionam-me ao ponto reto; sequer lembro do atrativo pronominal. Efeito blender: tudo pulando quinem pipoca.

Os espaços, as deixas, os sobreassuntos (agora temos a nova grafia?) serão todos reportados (e descontados). Shakespeare hoje diria, ir ou não ir, eis a missão. Afinal, ficar sem estar é a pior forma de ir.

Remeto-me ao começo, não o desse, mas o do todo. Voltarei em seguida, com interstícios menores que o último.







Tuesday, September 09, 2008

Reckoning

Por questões íntimas ligadas pessoalmente a mim, o endereço do Diário Pastel mudou para
www.diariopastel.blogspot.com.
O antigo endereço continuará sendo editado, porém com uma frequência menor (tem como?!) do que antes, ou pelo menos do que o outro site que está em vigor masculino.

Beijomeliga!

A.

Sunday, August 24, 2008

Sobre o post passado e as derrotas: eu avisei...

Wednesday, August 20, 2008

No coins today!
Demorou 10 dias, mas enfim está decidido: de hoje em diante, até o fim dessas olimpíadas, eu nunca mais assisto a nenhum jogo do Brasil. Seja do esporte que for! Inclusive se for alguém da minha família competindo! Não adianta chamar que eu já parei de me enganar!

Ah, por favor! Como dizia vovô, é torcer pro jaca no filme do Tarzan!

Depois do coco que o futebol masculino (é, agora tem que fazer essa distinção) levou da Argentina, que qualquer bobo já tava careca de saber que ia acontecer, vem o Ronaldinho, aquele enganador-mor, medalhista de ouro em futebol ornamental, falar que o Brasil não sabe perder. Vai assistir a qualquer competição que você vai ver que o Brasil não sabe é ganhar!

E com o perdão do trocadinho, eu tô falando é a verdade. Foram muitas as competições que estavam ganhas e que por não saber ganhar "a gente" entregou.
Haha, hoje é o dia do trocadinho: entregamos o ouro pro bandido!

Não tô agourando, mesmo porque nem isso vou mais fazer, mas àqueles que estão a derramar suas últimas esperanças no futebol feminino e no vôlei de quadra, aceitem o meu muito cuidado.

Eu é que não perco mais um minuto de sono (mesmo sem saber o que é isso) com essa bobagem!

E nas Olimpíadas que vem eu vou torcer é pra China! Salve o Yao Ming, salve o Yan Quen Cho!

A.

Thursday, July 03, 2008

Return

É bom estar de volta!
Ainda não é 100%, confesso, mas já sinto o velho cheiro do mar.
Um ano, quatro meses e 12 dias foi tempo demais. Demais pra saber que a vida - chame como quiser - às vezes leva e traz coisas repentinamente para que aprendamos seus reais valores.
Esse processo todo de "para valorizar temos que perder" é humano demais pra mim. Prefiria que não fosse assim.
Mas enfim, hoje o dia é de alegria. Além da volta, começam as férias. Que esse regresso possa, então, ser completado ao longo delas. Alilás, eu disse que ela vieram em ótima hora?!

A.

Tuesday, June 03, 2008

Idea

Estive me lembrando há pouco de uma situação que me ocorreu em uma de minhas viagens. Alguns meses atrás essa.

Depois de caminhar horas sob um sol QUENTE (perdoe-me o português) de uma floresta tropical em Waitako, numa região cheia de montanhas e templos, avistei a que no momento parecia ser a mais alta.
Era umas 16h da tarde e a água tinha acabado por volta do meio dia, quando precisei correr com a Bloody Mary (a mochila) de um grupo de nativos que, segundo o meu sexto sentido, queria algo mais de mim além de fotos de um estrangeiro - algo atípico por ali.

O sol no verão ali dura até as 22h. Quando as cenas descritas ocorreram, ele estava a pino e o suor já estava tornando a roupa encharcada. Fui subindo o lugar na ânsia de encontrar alguma casa de tapume ou coisa do tipo que pudesse me vender um pouco d'água. Acredite, eu trocaria meu carro por uma coca gelada naquele momento (ou minha bicicleta por uma garrafinha de água). Ainda mais porque é altamente recomendado não beber água de qualquer outra fonte naquelas regiões que não seja industrializada. Eu descobriria o porquê disse mais tarde.

Muito tempo se passou e para felicidade total desse que vos escreve (pelo menos naqueles instantes) encontrei um vilarejo com alguns casebres de uma espécie de palha marrom e algumas dúzias de crianças correndo atrás de uma bola oval (ali o esporte definitivamente não é o futebol. Leia-se rugby). Nem me interagir eu poderia; Eu não sabia uma regra daquele jogo e a bola não tinha cara de que fosse quicável (Michael Jordan, Kobe Bryant, does anyone know one of them?!)

Uma delas ao me ver escorado por perto, veio em minha direção e balbuciou palavras: "water, hã? water?" Meu deus! Que vontade pegá-la e enchê-la de beijos. Fiz um gesto consentindo com a cabeça e eis que ela e muitas outras foram correndo pra dentro das casas rindo e se estapeando pra ver quem chegava mais rápido.

Muitos segundos depois uma delas saiu - não me parecia a mesma com quem eu tinha falado antes - e dizendo "Is coming, wait", consenti novamente. A sede, que era insuportável, já estava com seus minutos contados.

Os meninos voltaram mais uma vez se pegando entre si e metade da minha desejadíssima água caiu no chão. Mas foi o suficiente para chegar em mim uma garrafa com cerca de 300ml. Era de metal enferrujado, a água estava saindo fumaça, totalmente amarela e acredite, parecia ter algumas coisas se mexendo dentro dela: Vibriões, parasitas, lactobacilos, platelmintos, nematelmintos, o caralho que seja.

Todos olhavam pra mim sem piscar e eu sem saber o que fazer com AQUILO. O filha da puta do sol parecia mais castigador do que nunca, a poeira já estava atrapalhando o crepúsculo devido à época do ano e meu corpo nem sequer respondia mais aos comandos que para qualquer ser vivo seria uma brincadeira.

Eu não sabia o que fazer! De uma forma ou de outra não poderia simplesmente descartar aquilo, jogar no chão e ficar por isso mesmo. Não sei o que esse gesto significaria para os pequenos. Alguns momentos se passaram até que fechei os olhos e num golpe súbito (de inteligência... ou não) joguei aquele mijo borbulhante no cabelo.

Disse
"thank you very much" e foi só o tempo de as crianças sorrirem pra mim, me virei pra trás com as costas encharcadas e continuei o meu destino rumo ao alto da montanha com o corpo incrivelmente restaurado (só não me perguntem o porquê!)

A.

Friday, May 23, 2008

Nonetheless

"Não lembro mais do rosto ou dos cabelos. Muito menos do nome da minha primeira namorada. Janaína, Paula, Sheila, Ana, não sei. Esqueci por completo a graça da menina. Os pezinhos, porém, permanecem vivos e nítidos na memória tarada e louca. Dedinhos delicados, cadenciados e muito bem desenhados. Tinham o tamanho, o passo e a desenvoltura na medida certa. Não preciso de foto. Descrevo-os como se os visse agora. Quanto à mocinha, nem a cor dos olhos...


Depois dela, nunca mais enxerguei pés parecidos. Por causa dela (ou deles) reajo indignado com mulheres que não cuidam dos pezinhos. Vejo a dedicação pelo par da sustentação como necessidade básica da vaidade feminina. Isso a primeira namorada tinha de sobra. Além de beneficiada pela natureza, os paparicava com cuidado extremo. Eu adorava. Agradecia a Deus por dormir agarrado a eles. E nada mais importava. A ponto de esquecer da própria companhia. Claro, o lapso de dedicação decretou o fim do namoro. E a perda de contato.

Por muito e muito tempo, jamais mais a vi ou soube notícias. Não que eu sentisse falta dela. Nada disso. Sentia a perda dos pezinhos. E só deles. Finalmente os reencontrei em uma grande livraria da cidade. Curtia uma tarde de folga. Circulava por obras de arte e arquitetura, absorto em pensamentos e palavras, até que pezinhos docemente acomodados em havaianas cor-de-caju me fizeram reviver o passado. Eram eles. Ou melhor, era ela, quem eu nem lembrava mais do nome.

- Oi...
- Oi... (pausa) Eduardo, Edu, é você? Como tá diferente! (espantada)
-
(isso é bom ou ruim?) Sou eu, sim. Como estão as coisas?
- Tudo bem. Pôxa, nunca mais soube nada de você...
- Não achei que você se importasse com isso.
- (riu sem graça)
(silêncio constrangedor)
- E aí casou?
- Que nada. Sou uma mulher complicada, você sabe...
- (Sei?) Posso te convidar para um café?
- Não tenho muito tempo, mas...

(meia hora de amenidades, dois capuccinos e uma garrafa de água mineral sem gás depois)

- Olha, sei que a gente não se vê há muito tempo, muita coisa mudou e tal. Mas quer se casar comigo?
- O quê? Eduardo, o que você está dizendo? (incrédula)
- É sério. Quero me casar com você.
- Por quê? Com assim? Você está louco??
- Eu perdi você uma vez e não quero perder de novo. (dissimulado)
- Tá, mas e daí? A gente não se vê há mais de 15 anos, a gente nem se reconhece mais, Edu. As coisas não são assim, me desculpe.
- Não importa.
- Claro que importa. Olha, você precisa se tratar, me desculpe.

E lá se foi embora, de bundinha empinada, rebolado para lá e para cá e pisadas agressivas. Os pezinhos, aqueles ingratos, a seguiram junto. Para mais uma vez me abandonar. Mas acredito que se eles pudessem se desprender da dona, viriam correndo (sem trocadilhos) para mim. E ela que se danasse. Vagabunda..."

A.

Tuesday, March 18, 2008

Countdown

- Que pedrada!
- Que foi isso?
- Um pombo sem asa?!

Não foi dessa vez, mas confirmo que o dia está cada vez mais próximo. Mais do que nunca, para abraçar o que dizem, é uma questão de tempo.
Desvelar e adentrar caminhos têm sido o resumo de toda a ópera. Já era em tempo a sua volta.

- Calma, gente. Vocês são os maestros; eu só carrego o piano.

A.

Friday, November 30, 2007

Regret

O homem sábio conserta seus erros de observar os do próximo, já dizia o ditado! Ou algo assim. O passado é reescrito nos dias do presente de maneira sã e de forma oblíqua. Bastante óbvio se não fossem as palavras sobrepostas falando por si mesmas. Pobre diz que não tem nada, mas quando dá enchente diz que perdeu tudo. Auspicioso e canhestro.
Como se já não bastasse, vêm fazendo cerão em dia que não lhe é devido, ora essa!

A.

Thursday, October 18, 2007

Finding out


Esses dias passei em frente a um lugar que dizia “ateliê odontológico”. Pensei por algum tempo o que aquilo poderia significar, mas achei melhor parar antes que chegasse à alguma conclusão.

E noutro que vi uma placa que dizia “artefatos sensuais”. Meu deus, tucanaram o sexshop!

Nesse momento me encontro namorando a chuva que cai lá fora. Depois de dias de temperaturas sísmicas, ela resolveu aparecer. Não me fiz de rogado e corri ao seu encontro. Estava quente demais pra ser orgulhoso.

Enfim, acho que consigo ver um caminho para as coisas. Lá longe, mas já dá pra ver.

A.


Ando por ai querendo te encontrar

em cada esquina paro em cada olhar

deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva

quero poder jurar que essa paixão jamais será palavras

apenas palavras pequenas

palavras, momento... palavras ao vento...


Cássia Eller – Palavras ao vento


Friday, September 21, 2007

Só de sacanagem

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de
dinheiro; do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres, que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas
não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: "não roubarás", "devolva o lápis do coleguinha", "esse apontador não é seu, minha filhinha".

Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha ouvido falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo
sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!

Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.

Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto,
desde o primeiro homem que veio de Portugal".

Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal!

Sei que não dá para mudar o começo
mas, se a gente quiser,
vai dar para mudar o final!

Elisa Lucinda

Wednesday, September 19, 2007

O nariz de palhaço

Sempre me abstive de manter qualquer tipo de relação com a política, desde discursos inflamados até a mais infame das piadas. Mas na situação em que me encontro, não vejo outra solução a não ser me envolver no bacanal.

Não aguento mais as pessoas falando da absolvição do Renan - quando não dizem absorção do mesmo! Porque o Renan roubou, porque ele é corrupto, porque isso ou porque aquilo.

Tá, espera. Você leu alguma das 5435 páginas do processo que estava lá contra ele, aberto pra TODOS verem, e baseado nessa inefável leitura, seus argumentos estão sendo baseados? Eu não sei, mas apostaria no não.

Você que se diz muito justo, muito honesto, impassível de corrupção, detentor do título anjinho cabaço do ano, não está podendo falar XONGAS do que está acontecendo. Baseado no que o Bonner fala, no que o Mainardi escreve e no que o Povo diz, até meu avô que se encontra no momento em estado máximo de putrefação da matéria conseguiria formar esse tipo de opinião MESQUINHA contra qualquer indivíduo por aí. Basta um tanto de idéias pré-formadas, um monte de impropérios e um bando de semi-analfabetos repetindo a mesma ladaínha que você já está contra um sujeito que você mal sabe o cargo que ele ocupa.

Não que eu esteja defendendo alguém, longe disso, mas o que eu não suporto é ignorância e o desconhecimento. Não fale só por falar, meu amigo. Tenha enbasamento das suas idéias, leia, reflita, corra atrás. Só o que a charge do Jornal Nacional diz não vai lhe contribuir com nada.

Se ele é corrupto ou não, antes de atirar-lhe as pedras, veja os adultérios que você mesmo comete. Se ele roubou milhões, é porque ele está lá em cima. Enquanto você não o alcança, contente-se não jogando lixinho pela janela.

A.

Monday, June 04, 2007

Bis bald
Que paz é essa que tanto buscamos? Defina-a, por favor.

- Ok. Momento tranquilo o qual não temos problemas, ou esses, se existissem, estão dentro do nosso escopo de esforço.

- Ainda falta mais. Muito mais.

A paz é algo subjetivo. Talvez a mais subjetiva das sensações. E quantos tipos de paz podemos contar? Quais os tipos queremos pra nós? De quais já abrimos mão, já deixamos de lado, jogamos totalmente a toalha e nos conformamos, "essa paz pra mim não serve!" Quem sabe pra VOCÊ seja de mais valia?!

Devemos ponderar muita coisa quando falamos de paz - que por si já é uma palavra escorregadia até de ser pronunciada. Há os custos, dificuldades, os inúmeros níveis de esforço e, por que não dizer, o tempo de duração. Eu, por exemplo, não quero alguns tipos de paz que duram para sempre. Não mesmo!

Paz: palavra pequena, mas tão desejada e invejada que chega ser sinônimo de contradição. O quanto não é destruído, deixado de lado, perdido para que ela seja alcançada? Nos livrando de seus variações por momento e retraindo-nos exclusivamente à palavra, quem de nós não quer possuí-la? Eu quero e, se possível, rapidamente (sem muito esforço também).

Agora começo, enfim, a entender os motivos doutrino-gramaticais de tanta economia gráfica e os de tanta complexidade por aforas.

A.

Sunday, February 11, 2007

Riddle
Baseado em um diálogo ocorrido agora há pouco entre mim e um atendente da NET (depois de quase 10 mins. de espera):

- Boa tarde, eu queria comprar um evento pay-per-view.
- O senhor pode confirmar seu código NET?
- Sim claro
(apesar de já tê-lo discado anteriormente). Meu código é (número de 12 dígitos).
- Um instante só por favor... ("instante") o senhor pode me informar sua função no condomínio?
- "Função"?
- Sim. Função. Se o Sr. é síndico, administrador...
- Sou proprietário.
- Proprietário?
- Sim. Proprietário.
- Um instante só por favor...
(mais um "instante") senhor, como sua NET é condominial, para adquirir um evento pay-per-view, é necessário mandar um fax 72 horas antes da exibição, assinado pelo síndico ou pelo administrador do condomínio, solicitando a compra para o seu apartamento.
- Quer dizer que se eu decidir agora ver uma atração que vai ser exibida daqui a 2 horas no pay-per-view, eu teria de procurar meu síndico em pleno domingo e, de quebra, voltar no tempo para mandar um... fax?
- São normas da empresa, senhor.


No fim das contas (váááários minutos depois) eu consegui comprar (ou seja, pagar) o evento sem passar o tal fax, mas só porque sou um cliente com um histórico de bom comportamento (ou seja, bom pagador). Contudo, o atendente deixou claro que o favor era deles.

- Senhor, estaremos liberando (sic) o evento em caráter excepcional dessa vez, mas na próxima, não abriremos mão do procedimento, ok?

A.

Monday, January 08, 2007

Bald
Sou o seu anti-herói heróico: o seu personagem favorito!
Ouso dizer, por vielas mal frequentadas: eu trabalho na sombra, na dissimulação. Faço o papel daquele por quem você espera.
Faço dupla com o meu outro eu, meu alter ego; meu espelho.

Acaba essa bobagem messiânica em que muito se acreditou. É o fim, o começo, é a crise.
A crise. Ela ensina, humaniza, mistifica. É uma aula de teatro: é boa para conhecer tipos humanos. Temos de tudo - uma galeria de personas, de máscaras, de bonecos de engonço, de mamulengos, temos um reality show sobre a vida, o desfile de caras, de bocas, de mãos trêmulas, de risos e choros constrangidos. Temos as vaidades na fogueira e os apelos à razão.

A.

Saturday, September 30, 2006

Sneeze
Parei um dia desses em frente à uma placa que dizia "proibido entrada de pessoas estranhas". Fiquei a pensar sobre aquilo; pra quem seria aquela mensagem? O que é ser estranho? Que coisa mais abstrata! Eu tenho uma tia vesga que fala sozinha. Seria pra ela?
E eu que já me acostumei a gostar de músicas que odiava. Já não me causa espanto nenhum me pegar assoviando aquela música que eu detestava. Se já não bastasse acordar com ela na cabeça, pior é ter que ir cantarolando-a pelo caminho. E geralmente só sei o refrão(quando sei!). Além de chata, de eu não gostar dela, só saber o refrão, é no final de tudo, mudar de opinião. Todo um pensamento, uma base indutiva e um passo hipotético... Todo um alicerce compondo uma opinião traçada por argumentos muito bem formulados. Para que? Para nada. Agora eu gosto da música. Já era, tudo jogado fora.

A.

Wednesday, March 22, 2006

Fortress
Meus textos, palavras, sentimentos: meu refúgio
A solidão do espaço, cheio de todos que me rodeiam
Espaço psíquico, lugar atroz
Doce sinfonia no prelúdio do nada, de nada.
Nao há tantas coisas assim entre o céu e a terra:
O meio é só aquele suporte chato e redundante
que completa poemas.
O meio, por seu meio, não serve de nada.
Nem mesmo de meio.


A.

Thursday, December 22, 2005

Turkey leg
Final de ano: Locução adverbial temporal; masculino; época em que todos ficam TEMPORARIAMENTE bonzinhos e bobinhos(é o disfarce, é o imbecil essencial em recesso provisório. Só o vexame é autêntico num homem), fazem promessas eternas que duram cerca de 2 semanas (quando duram), se entopem de bebidas e peru (os que podem, claro) e enchem hospitais com queimaduras de 3º grau.
Apesar de recheado desses e de outros ingredientes, até gosto desse tipo de festas: nos proporcionam feriados prolongados.
Aquela história de aguentar até a meia noite do dia 24 para poder abrir os presentes também era legal. Costumava me segurar, entre dezenas de bocejos, apelando para café e água no rosto, só para não ter que chegar no dia 25, com a árvore já toda vazia, e abrir o presente sozinho, enquanto todos ainda dormiam de ressaca.
Ademais, a verdade é que passam-se os anos e continuamos os mesmos. Frágeis, fortes, desgostosos e esperançosos. Mas os mesmos. Planos aos montes para o ano que começa. Engraçado notar que eram quase os mesmos do ano passado, mas que por descuido ou qualquer outra desculpa que não cabe lembrar no momento, não puderam ser exercidos.
Dizem que o facil não é comemorado. Descordo. Mas, partindo dessa máxima, desejo a todos um final de ano decente e, que no decorrer dos próximos anos, se tenha mais motivos para comemorações. E que não aguardemos, ansiosos, o seu término.
A.

Thursday, December 08, 2005

Greetings
Eh, nao tem como mesmo postar as coisas que estou escrevendo. Vamos fazer assim: posto alguma coisa de vez em quando, a esmo, e depois escrevo um livro com as anotacoes, ok? ;)
Estou numa cidade cheia de habitantes originais da ilha, os maoris. Pessoas meio feias, mas com uma historia meio marcada. Foram meio que dizimados pelos ingleses, assim como nossos indios. Mania essa de europeu matar gente ne?!
Ah, aqui chama Rotorua. A cidade fede alizabel, enxofre mesmo, porque eh cheio de geisers supitando agua da terra. Bem chatozinho. Amanha me mando pra Taupo, ai lah sim o bungy jump vai rolar solto.
A.
ps: ando percebendo que estou procurando por respostas de perguntas que nem elas mesmo conheco.
Saudades de uma pessoa. Ela sabe quem.

Wednesday, December 07, 2005

03/12
Aqui comeca a minha, digamos, jornada. 09:57 voo de GYN-SP, comeco do aviao, poltrona 6E(mais alguma informacao?). Acordei mais cedo que o previsto. Me despedi do computador, respondendo a alguns eails. Nem havia comecado e ja estava com saudade de casa. Fui breve com despedidas, porem nao contive afagos e declaracoes ao Clark(sim, sou egoista).
No comeco tva com medo, frio na espinha, mas passou. Tomei um cha de cadeira no aeroporto para trocar meu cartao de vacina por um internacional. Deu tudo certo no final. O senhor que me atendeu depois foi muito atencioso. O voo saiu na hora prevista.

Tambem quis ser breve com minha mae, para evitar lagrima de albos os lados. Ao subir no viao, como sempre, a vi la na salinha de acenos, e, enquanto todos davam chauzinhos, fiz meu carinhoso __ para ela. Hehehehe. Nao, nao eh falta de respeito. Eh meio que combinado entre a gente para quebrar o clima tenso.
No aviao, ja pegaram meu lugar na janelinha. Fui educado, disse que nao precisava trocar, que tinha aversao altura. Na verdade, se pudesse, eu estaria na janela, mas pelo lado de fora. Vou comer. Pao com frango. Ateh!!! 10:05h

17:15 -- Saida
Voo 751 SP-Santiago
Estou comecando a gostar da coisa. Ao chegar em SP, desci com o cara que havia roubado o meu lugar. Ele eh egal. Conversamos durante o voo e passamos a tarde juntos. O voo dele para a Europa tambem saia mais tarde.
Confore o combinado e para a minha surpresa, o Nakano estava me esperando na sala de desembarque.
Bloody Mary (minha mochila) apareceu rapidamente na esteira e fomos almocar na pizza hut.
Enchemos a barriga e a conta deu uns 7 conto para cada. A tal da carteirinha de estudante aqui realmente funfa. Depois de muitas idas e vindas atravessando o aerporto(porque a lan chile era de um lado e a mitalia do Ricardo (o cara do voo) era do outro, literalmente, paramos para jogar conversa fora. Tiramos algumas fotos e espero que o Nakas tenha me mandado.

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Estou sentado no cu do aviao e na fileira do meio. Estou cercado de velhinhos orientais, com o perdao da palavra, um mais feio que o outro! E, excentricamente, o que esta ao meu lado, esta sentado em posicao de meditacao, sem o sapato e exalando um mau cheiro da porra(que nao sei se vem do pe).
A tia do alto falando nao soh fala ingles e espanhol. Ate que estou entendendo esse segundo. Achei que nao daria conta. A tripulacao parece os figurantes da escolinha do professor Girafales, aqueles que nunca falam, soh ficam rindo das besteiras do Chaves. To me sentindo lindo aqui no meio.

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Ainda sobre o aeroporto, adoro essa diversidade. Apenas dois ouvidos, mas capitando varios idiomas ao mesmo tempo, negros, brancos, amarelos e roxos para todos os lados. Criancas correndo, velhos dormindo. Cada um com um destino diferente, mas um soh proposito.

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Santiago, 4/12 06:xy
Bom dia, ou melhor, buenos dias, como se hablam aca!
O espanhol que aprendi com o Luxemburgo ate que me ajudou. Soh me comunico com ele por aqui. Desde a chegada, atea gora, entendi e falei tudo. Bom, quase tudo. Por la foi tudo certo e acabei pegando uma especie de van ate o albergue. Pessoas simpaticas me atenderm e fui logo fazendo amizade. Sai para dar uma volta pelo bairro com o Jorge(Rorrrrge para os menos desavisados) e comer algo. Ele eh um boliviano que esta por aqui por motivos de saude.
A cidade eh bonita, bem americana, pelo pouco que vi ate agora. Esse paree ser um bairro rico e aquele negocio que se pode andar tranquilamente pelas ruas a noite eh besteira. Tem gente mal encarada te olhando em muitas esquinas.

OBS: A dona aqui eh argentina e, claro, ja cheguei curtindo com a cara dela. O legal eh que ela "tambien" odeio o Maradona.
2 - Aqui ate 21h da noite ainda estah claro e quente. Depois esfria e vai ate onze da manha assim.
3 - O abergue eh um pardieiro. Se minha mae visse ia querer me tirar pelos cabelos. Bem que estranhei aquele lance de cafe da manha e internet rapida gratis que li quando fiz a reserva. Existe isso mesmo, mas.........
O entra e sai, acende e apaga a luz, etc eh irritante. Acho que vou ter que aprender a conviver com isso pelos proximos muitos dias...


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Agora estou digiando ao vivo, direito de Auckland. Soh agora tive tempo de postar esse pouquinho das muitas anotacoes que estou fazendo. Aos poucos vou colocando. INternet aqui eh muito caro. Nao posso me dar a esse luxo toda hora. Gasta tempo tb. Desculpem a falta de acento, mas o teclado nao estah configurado para eles.
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Sunday, November 27, 2005

Cold
As pessoas se esquecem do que precisam fazer. "O tempo pára e a gente ainda passa correndo."
Todas as pessoas que conheci, todas as coisas que eu já fizemos. Parece que tudo acaba de uma hora pra outra. Repetindo o que o mundo diz, mas que retrata fielmente(?): anos para ser construído e milésimos para acabar.
O egoísmo é a parte central do ser humano. Em torno crescem os outros adjetivos, um a um; qualidades e/ou defeitos. Como toda ninhagem traz parte de sua origem, todas as nossas ações, pensamentos e efeitos estão, de certa maneira, ligadas ao "eu quero" máximo do ser. Originam a desimportância (se é que essa palavra existe) que damos àqueles que estão conosco.
A.

Monday, October 24, 2005

Legacy
Se a história fosse minha, ninguém sairia perdendo. Não, melhor. Ninguém sairia ganhando. Colombina? A primeira a ser esquecida. Pierrot talvez tivesse chances, apesar de serem daquelas bem remotas, mas Arlequim, sim, teria o mais despretencioso dos finais: a solidão.
Ah, não quero me comparar ao Grande escritor (in memorium). Afinal, não sou tão gordo assim.
Como é de costume (sim, odeio costumes, símbolos e tradições), ressurjo sempre que dias, bons ou ruins, ficam pra trás.
A.

Wednesday, October 19, 2005

Blindness
Sob a luz de uma vela que mal consegue iluminar a si mesma, escrevo, imerso em tédio de umas 4 horas sem energia elétrica, possesso de sentimentos dos mais primitivos: a raiva e a inveja (o vizinho da casa em frente está há horas desperdiçando o que pra falta mim, arrancando barulhos ininteligíveis na maior desarmonia que em toda minha vida já presenciei).
Sim, sou escravo e dependente químico assumido das comodidades dos dias atuais. Me banir da civilização, só por opção. E é por falta dela é que me encontro aqui, de mãos atadas, vendo(ou não) meus peixes morrerem afogados(entende-se asfixiados), e com a mão esquerda doendo de tanto apertar a lúdica "lanterna azul do meu celular". Ao menos para isso ele haveria de servir um dia. Diga-se, a bateria já está pelas últimas. E o vizinho continua a lutar com seu instrumento satânico(somado à frivolidade), que repete a mesma música(?) a cada intervalo de tempo.
Ainda sobre a vela. Ela parece rir de mim. Só agora que notei seu nome: KILUZ. Eu que o diga. Kiluz, kisom, kinoite.
E vejam só! A música mudou! Aliás, não, ainda não obtivemos essa vitória. Continua a mesma, está mais lenta, bem mais lenta. Quem diria: o Rambo vencido pelo cansaço.
Ele me interrompeu, perdoe-me, velinha(bem mais inha nesse momento). Em cima do pavil parece ter um espiral meio concha de caramujo, e ao redor, claro, a sórdida chama. Lembrarei de NUNCA MAIS comprar desse esqueiro-vovô-em-pele-de-vela.
Despeço-me às escuras. Sim, de forma bem romanesca e sentimentalóide: à luz de velas(e uma só), fortemente amparada por um Neo 1999.
A.
Ps: A música voltou com força máxima.

Friday, October 14, 2005

Mortal
"Então tá, então". Assim tudo começou. Palavras escassas, advertidas e recheiadas de intenções. Boas intenções.
Centenas, não. Milhares. Milhares de segundos. Segundos medem tudo aquilo que escorre pelos braços, 60 vezes maiores, dos minutos. Um segundo pode durar uma eternidade. Um minuto não.
Escatologicamente idealizada. Sim, idealizada. O problema estava aí.
"Então tá, então". Assim tudo acabou.

A.

Sunday, April 24, 2005

Poemas não são para serem publicados

Poemas não são para serem publicados
poemas são Drag Queens
rolando piteiras em puteiros
ou somos nós,
poetas velhos de caras borradas
poetas de cinco centavos

Poemas não são para serem publicados

Poemas são para serem escritos
às vezes rasgados
às vezes guardados
Podem ser confessionais,
imorais de vanguarda
Podem ser apenas
a voz humílima do guarda
Podem ser criança

Mas em Geral
são sem esperança
de serem publicados
Poemas custam caro
e não fazem o mesmo efeito de um choque
não fazem o efeito de um baseado
Poemas não servem para trepar
nem nada

Nem sequer tente publicar seus poemas
faça-os voltar calados às gavetas
Com eles ninguém se meta

Dormirão como dormem os drogados:
tristes, gelados, pesados
mas serão sempre únicos
Sempre ineditamente mediúnicos

Sempre salvos das graças das prebendas
Sempre coisas pudendas (ainda que sujos)

Poemas, sempre úmidos
Noviços, fim de feira
maus de venda e de vida.

Não são nem mesmo um incentivo à leitura,
pois quem vai ler linhas quebradas
oriundas de alma idem?

Renata Pallottini

Saturday, March 12, 2005

Pariah
Depois de incomensurável tempo, minha capa vermelha voltou da tinturaria. Com alguns defeitos, confesso, mas o suficiente para eu me apresentar.
Alilás, ô vidinha difícil, essa de super herói. Ingrata. Levamos a culpa sem tirar proveito.
Fortress of solitude, tô indo.
Tu tu tu tu (...)
A.

Wednesday, February 09, 2005

Sightless
Mesmo sem a total presença do mais importante dos sentidos (pelo menos pra mim), cobiço parte da minha futura atenção, mais uma vez.
Esse negócio de digitar sem olhar tinha que servir pra alguma coisa. Mas erros em potencial ainda não consigo prever.
Ainda bem que, teoricamente, só enxergo 24 quadros por segundo.
A.



Friday, February 04, 2005

Evil
Se trocasse o nome ia ficar igualzinho! =D

Soraia - Zéu Britto

Eu queria ter um lança-chamas
Eu queria ter uma fogueira
Eu queria ter somente um fósforo
Eu queria ter uma vela acesa

Pra queimar Soraia
Pra ver torrar seu couro
Pra deixar somente o osso
exposto ao Sol

E depois da meia noite
Soraia vai voltar
Ela vem toda queimada
Se vingar. Se vingar

Eu quero ver
Soraia Queimada
Soraia Queimada
Por que Soraia me queimou

Eu queria ácido sulfúrico
E um litro de álcool Tubarão
Eu queria uma tocha iluminada
Pra deixar Soraia igual carvão

E depois da meia noite
Soraia vai voltar
Ela vem toda queimada
Se vingar. Se vingar

Eu quero ver
Soraia Queimada
Soraia Queimada
Por que Soraia me queimou.

E doeu.

Friday, January 21, 2005

Hidden
Sala da Justiça, ramal 35, Mulher Maravilha falando, em que posso servi-lo? Super André saiu de manhã e não sabe quando volta. Quer deixar recado?!

I can't stand to fly, I'm not that naive, I'm just out to find the better part of me.
I'm more than a bird... I'm more than a plane.
More than some pretty face beside a train.
It's not easy to be me.

Wish that I could cry.
Fall upon my knees.
Find a way to lie.
About a home I'll never see.

It may sound absurd, but don't be nieve.
Even heroes have the right to bleed.
I may be disturbed, but won't you concede.
Even heroes have the right to dream.
It's not easy to be me.

Up, up and away. Away from me.
It's all right. You can all sleep sound tonight.
I'm not crazy. Or anything.

I can't stand to fly.
I'm not that naive.
Men weren't meant to ride.
With clouds between their knees.

I'm only a man in a silly red shee.t
Digging for kryptonite on this one way street.
Only a man in a funny red sheet.
Looking for special things inside of me.
It's not easy to be me.

Superman, Five for fighting.

Monday, January 10, 2005

Angry
Oi?!
Alguém por aí?!
Tudo bem?
Então tô entrando...
Eu vi, eu vi. O que? Não sei, mas eu vi, juro que vi! Ah, tudo bem. Ninguém disse que você não viu. Ah bom. Mas aí, o que você conta? Não sei, nada de mais. E aquela viagem? Ah, talvez sáia, talvez não. E sua família? Tá bem. O emprego? Ah, também tá. Então é só isso? Tá, não tá ou tá talvez? Não sei, acho que sim. Então tchau. Ah? Então tá, tchau.

Bu! Voltei. Detesto pessoas que conversam assim. Conheço aos montes. Não vou citar nomes. Sabem de quem estou falando.
Viajar por 13 meses? Estranhão...
A.